10 janeiro 2016

Não Faço Parte do Grupo das Garotas Bonitas!


Recordar é viver! Sabe quando parece que você tira o dia pra pensar no passado? Ontem foi um dia desses, pra pensar no que eu era e no quanto eu cresci. É bom relembrar, nos faz pensar nas resoluções passadas e no quanto elas mudam, e principalmente rir das coisas que antes nos pertubavam... Lembro que quando eu tinha cerca de 12 anos de idade eu me vestia igual um garoto, tênis, uma bermuda larga combinando com uma camisa igualmente desajustada ao meu corpo e um boné, geralmente usado com a aba pra trás... Eu sei, no hoje essa visão parece até um pouco impossível, não dá pra imaginar uma garota um tanto feminina quanto sou e que adora maquiagem vestida como um garoto... ou dá?

Lembro que nenhuma das garotas bonitinhas da escola gostavam de falarem ou fazerem tarefas comigo, eu era feia, me vestia de forma diferente, gostava de esportes e elas? Usavam brilho labial, presilhas no cabelo e aqueles tênis cor de rosa que eu pessoalmente detestava. Foi aos 12 que vi que ser diferente nem sempre era descolado, cool, um ato admirável e sei disso por que se fosse: Não teria feito todos aqueles trabalhos sozinha por que ninguém me queria... Mas isso não importa mais, na verdade nunca importou...

Então eu mudei, me tornei uma daquelas garotas bobinhas, namoradeiras e bonitinhas aos 14 anos e adivinhem? As garotas bonitas não me queriam mesmo assim; Eu era desproporcional, por mais que tentasse me encaixar, eu era muito magra, peituda, com o cabelo desorganizado e uma voz grave, eu era estranha... E quando cheguei a essa conclusão fiz de tudo pra me incluir, andava curvada pra tentar disfarçar os peitos, falava da forma menos natural possível pra não me julgarem pela minha voz e passei usar roupas longas que cobriam todo o meu corpo magro, mas chegou um tempo que eu cansei, cansei de agradar e fui viver conforme a minha própria vontade e fazer aquilo que eu quisesse e bem entendesse...

Tive outras recaídas e momentos em que tentei me encaixar e fazer parte dos vários grupos de garotas bonitas que atravessam a nossa vida? Sim, com toda certeza, mas no hoje após perceber que nunca serei uma das várias garotas bonitas existentes - o que exige um nível muito grande de muitas coisas que eu não estou disposta a ceder - vejo que me tornei bonita a minha maneira; A perfeição cansa! Sou um misto de coisas imperfeitas um tanto quanto harmoniosas, quando você busca ser perfeito você se perde pelo caminho, no hoje tenho orgulho da voz grave que tenho, os ombros curvados hoje desfilam uma coluna ereta e os olhos que olhavam para baixo hoje encaram e vêem o brilho dos olhos. Não se encaixar faz bem, as coisas verdadeiras ficam sempre por perto, isso eu aprendi depois de muitas quedas.

Não faço parte do grupo das garotas bonitas, e isso me ensinou apenas ser, ter atitude, pensar além da aparência, sorrir das idiotices. Tomar tombos e não me importar em chorar. Sentir o que deve ser sentido e estender a mão até para aqueles que não merecem. E me orgulho que mesmo com todo o desprezo presenciado consegui a façanha de ser feliz sem colocar os outros pra baixo. E ás garotas bonitas? Minha gratidão ao aprendizado!
Comentários
1 Comentários

Um comentário:

  1. Olá Marcelle tudo bem? Eu passei por isso na minha adolescência, eu sempre fui muito diferente, eu preferia os livros ao invés de fofoquinhas sem sentindo e namorinhos bobos. Eu gostava de coisas diferentes, e tinha mais amigos meninos do que meninas. E isso não as agradava nem um pouco, eu acabei me isolando super de todos a minha volta, aos 12 anos alisei os cabelos porque elas queria, parei de usar as roupas que queria, e fiquei um ano afastada dos livros, porque elas achavam estranho eu ler. Que coisa esquisita de se pensar agora rsrs, eu não tinha auto estima alguma, nem beleza, nem cuidados comigo mesma, e eu era super ultra mega tímida. Depois de um ano sendo quem eu não era, resolvi desistir, e ser eu mesma, daquele momento em diante me senti super feliz, eu não tinha mais frustrações porque eu estava começando a me aceitar :D. Foi a melhor coisa que fiz na minha vida, e claro a fotografia me ajudou muito nessa fase de transição, foi maravilhoso <3. Olha eu amei seu post, e acho super interessante você ter abordado este tema, viu. Beijão.

    http://www.brunaferreira.com.br/

    ResponderExcluir